quarta-feira, 31 de julho de 2019

EUA designam oficialmente Brasil como um aliado prioritário extra-OTAN

Medida aproxima militarmente os países e facilita ao Brasil comprar armas e equipamentos de defesa dos EUA. Assunto tinha sido discutido entre os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro durante encontro em Washington, em março.

Por G1

31/07/2019 22h41 Atualizado há 3 horas



Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, encontra-se com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Salão Oval, em 19 de março — Foto: Kevin Lamarque/ Reuters


Os Estados Unidos designaram oficialmente nesta quarta-feira (31) o Brasil como um aliado prioritário extra-OTAN, cumprindo uma promessa feita em março, durante encontro entre os presidentes dos dois países, Donald Trump e Jair Bolsonaro, em Washington.


Isso aproxima militarmente os países e facilita ao Brasil comprar armas e equipamentos de defesa dos EUA. Na América Latina, apenas a Argentina tinha esse título anteriormente.

O que é um aliado prioritário extra-Otan?

Ser um aliado prioritário extra-Otan aproxima militarmente o Brasil dos Estados Unidos. Ao entrar nessa classificação, o Brasil consegue:


Tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologia militares dos EUA;
Participar de leilões organizados pelo Pentágono para vender produtos militares;
Ganhar prioridade para promover treinamentos militares com as Forças Armadas norte-americanas.

Ao todo, 17 países receberam essa classificação do governo norte-americano. Veja na arte abaixo.


Integrantes da Otan e países aliados prioritários extra-Otan — Foto: Roberta Jaworski/G1

O que é a Otan?

A Otan foi fundada em 1949, logo no início da Guerra Fria, como um pacto militar dos países alinhados com os Estados Unidos. Após o esfacelamento da União Soviética em 1991, algumas nações que antes faziam parte do bloco comunista – como Polônia e Hungria – passaram a integrar a organização.

Um dos princípios da organização, hoje com 29 países, garante aos integrantes o princípio de defesa coletiva. Ou seja: um eventual ataque a um ou mais países-membros do grupo será encarado como uma agressão a todos os demais integrantes.

O professor de relações internacionais Carlos Gustavo Poggio, especialista em Estados Unidos, comenta que o interesse de Trump na Otan é reticente desde a campanha presidencial em 2016.

"Trump chegou a chamar a Otan de obsoleta, acusou países europeus de tirarem vantagem do acordo", relembrou Poggio.

Trump, então, pressionou os integrantes do bloco a investirem mais em segurança – o que foi atendido pelas lideranças da Otan no ano passado, que firmaram uma meta de gastos de 2% do PIB com defesa até 2024. O norte-americano, então, elogiou a medida. "A Otan está muito mais forte agora do que há dois dias", disse Trump, em julho.


Nenhum comentário:

Postar um comentário