quinta-feira, 31 de julho de 2014

A prefeitos do RS, Campos diz que vai aumentar fundo para municípios

Candidato do PSB voltou a defender reajuste de 2% no FPM.Ele participou de atos de campanha em Porto Alegre nesta quinta-feira (31).

Rafaella Fraga Do G1 RS

Eduardo Campos discursou a prefeitos do Rio Grande do Sul em evento em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)

A uma plateia formada em maioria por prefeitos gaúchos, o candidato do PSB à Presidência da República Eduardo Campos reforçou nesta quinta-feira (31) um compromisso, já firmado no início da corrida eleitoral, de aumentar em 2% as transferências de impostos para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O discurso foi feito durante um painel organizado pela Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) em um hotel em Porto Alegre. Três temas foram abordados no evento: pacto federativo, financiamento da saúde e educação e burocracia.

"Os 2% a mais é um compromisso nosso. Isso custará em torno de R$ 6 bilhões. É menos da metade do que custa 0,5% da [taxa] Selic, quando o Banco Central se reúne em Brasília", sustentou. "O governo federal não tem [dinheiro] para calçamento de rua, para saneamento, mas tem para outras coisas", criticou.

A promessa teve aplausos como resposta. O repasse de 2% do valor de impostos aos municípios é uma demanda que foi levada à Brasília em maio, durante a 17ª edição da Marcha em Defesa dos Municípios.

Para ele, o país está a caminho do “atoleiro” e passa pela pior crise fiscal da história. “Baixo crescimento, juros alto e inflação crescente”, listou. “Ou muda o jeito de governar o Brasil, ou a gente vai pra onde? Pro atoleiro. Nos últimos 20 anos fomos governados pelo PSDB e pelo PT. Tanto PSDB tirou dos municípios, quanto PT. Claro que tivemos conquistas, tivemos avanços, não vamos negar. Mas todo esse processo atual em Brasília leva a política a um descrédito”, emendou.

Acompanhado do candidato ao Senado Beto Albuquerque (PSB), o ex-governador de Pernambuco foi recebido por lideranças políticas de partidos aliados, entre eles o senador Pedro Simon, o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori (PMDB), que concorre ao governo do Rio Grande do Sul e José Fogaça (PMDB), ex-prefeito de Porto Alegre e um dos principais nomes da sigla no estado. Na chegada, experimentou chimarrão. Em seguida, deu início ao discurso.

A gestão da presidente Dilma Rousseff e o atual modelo econômico brasileiro foram os principais alvos de críticas. "Não só é possível, mas é necessário mudar o Brasil. Dos problemas nós sabemos, a demanda nós conhecemos. O atual governo insiste em governar com 39 ministérios. Políticos que vivem com a cabeça no século XIX. Uma coisa é você fazer aliança em torno de um programa", argumentou. "O Brasil precisa reencontrar o caminho do crescimento econômico e distribuição de renda", complementou.
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Aos jornalistas, Campos referiu que é possível reduzir o número de ministérios e secretarias de governo como forma de enxugar a máquina pública. "A presidenta Dilma governa com 39 ministérios, distribui ministérios em troca de tempo de televisão. É possível governar o país com 20 ministérios. É necessários reduzir cargos, ter uma gestão por resultados, com participação de cidadania, transparência, com metas", afirmou.

O presidenciável também criticou a relação do governo federal com muitos e diferentes partidos, a multiplicação de alianças partidárias, o que chama de "presidencialismo de coalizão", e prometeu um trabalho de reformulação política com a vice Marina Silva, caso seja eleito no pleito de outubro. "É preciso mudar o software. Esse software de quem governou o país nos últimos 20 anos não roda mais. O povo brasileiro quer agilidade, quer objetividade. E não se faz isso com a velha política", disse.
 
Campos chegou com o candidato ao Senado,
Beto Albuquerque (Foto: Rafaella Fraga/G1)

Embora lado a lado com aliados do PMDB gaúcho, não poupou comentários e referências sobre outros membros do partido que, segundo ele, fazem parte do grupo que classifica como integrante da "velha política brasileira". "Não vamos governar com Sarney (PMDB), Collor (PTB) e Renan (PMBD). Queremos governar com a sociedade. Quem vai dar jeito no Brasil não sou eu e Marina. São cada um de vocês", falou aos prefeitos.

Apesar das críticas aos dois peemedebistas, o que motivou perguntas de jornalistas, o candidato negou que governaria sem o apoio do PMDB no Palácio do Planalto. "O PMDB de Simon, Fogaça, Sartori, esse vai estar conosco. O PMDB de gente honrada. Mas nós vamos ter apoio de gente do PSDB, de gente do PT. Não vamos dividir o Brasil por legendas partidárias", ponderou.

Após o discurso, e com a chegada da vice Marina Silva, que não integrou o painel, o candidato seguiu para o Centro de Porto Alegre, onde participou de uma caminhada com militantes. A agenda de Eduardo Campos no Rio Grande do Sul tem nova etapa nesta sexta-feira (1), quando a comitiva segue para Pelotas e Rio Grande, no Sul do estado.
Eduardo Campos participou de atos de campanha em Porto Alegre (RS) (Foto: Rafaella Fraga/G1)

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