segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Cardozo renuncia ao Ministério da Justiça e assume AGU

A presidenta Dilma Rousseff decidiu aceitar o pedido de demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele será substituído pelo ex-procurador-geral da Justiça da Bahia Wellington César Lima e Silva. Cardozo não deixará o governo, já que assumirá a Advocacia-Geral da União. As mudanças foram confirmadas em nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Há algumas semanas, o atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, vinha manifestando a intenção de deixar o governo para dar andamento a projetos pessoais.

O governo anunciou também que Luiz Navarro de Brito será o novo ministro-chefe da Controladoria-Geral da União. Navarro já foi secretário-executivo da CGU. Após a saída de Valdir Simão do órgão para chefiar o Ministério do Planejamento, quem ocupava interinamente o cargo era Carlos Higino.

De acordo com o comunicado oficial, a presidenta Dilma "agradece os valiosos serviços prestados ao longo de todos estes anos, com inestimável competência e brilho, pelo Dr. Luís Inácio Adams, e deseja pleno êxito à sua atividade profissional futura". A nota informa também que a presidenta agradece a "dedicação" de Carlos Higino.

Pressão do PT

O anúncio da saída de Cardozo acontece em meio a fortes rumores sobre supostas pressões do PT, aparentemente descontente com sua ação frente à corrupção. A possibilidade da renúncia do ministro foi conjecturada durante o fim de semana pela imprensa, que atribuiu sua decisão às "pressões" exercidas pelo setores da base governista salpicados pelas investigações sobre corrupção na Petrobras e em outras áreas da administração pública.

O mal-estar com Cardozo estaria liderado pelo PT, que teria pedido a saída do ministro devido a um alegado "descontrole" na Polícia Federal. Nesse sentido, antes da confirmação da renúncia, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) criticou em comunicado a possibilidade de Cardozo deixar o cargo.

"Os delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação as notícias sobre uma iminente saída do ministro da Justiça em razão de pressões políticas", afirma a nota. O comunicado acrescenta que "a Polícia Federal defenderá a independência funcional e a livre condução das investigações criminais e adotará todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição conquistou".

Cardozo estava no cargo desde janeiro de 2011, quando a presidente Dilma Rousseff chegou ao poder, e era considerado um dos mais fiéis escudeiros da governante.

Com informações da EFE.


Agência Brasil

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