sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Em jantar, Dilma discute com Ciro ações contra impeachment, diz Lupi


Ex-ministro da Integração tem manifestado publicamente apoio à petista. Ele chegou a dizer que o vice Michel Temer é o 'capitão do golpe' contra ela.



Por Filipe Matoso
Do G1, em Brasília



O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse aoG1 nesta quinta-feira (10) que a presidente Dilma Rousseff chamou o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes ao Palácio da Alvorada, residência oficial, para "reforçar" as estratégias contra o processo de impeachment porque ele tem defendido publicamente o mandato dela.

Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu pedido de impeachment da presidente movido pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Cunha negou motivação política.

Em reação ao anúncio dele, a própria presidente fez pronunciamento no qual disse que não cometeu "atos ilíticos" . Ela também já declarou que se defenderá com todos os instrumentos democráticos.

"A presidenta chamou o Ciro ao Alvorada para eles analisarem a atual conjuntura política e econômica. Além disso, para reforçar também o projeto de defesa do mandato dela", disse Lupi.

"Então, é por aí a linha do encontro, definir estratégias contra o impeachment", acrescentou.

O G1 procurou a assessoria de imprensa da Presidência para confirmar o teor do encontro entre Dilma e Ciro, mas não obteve retorno. O cinegrafista da TV Globo Romildo Gomes registrou o momento em que o ex-ministro chegava ao Palácio da Alvorada para se reunir com a petista.

Ciro Gomes já se posicionou contrariamente ao processo aberto por Cunha na última semana ao afirmar que o impeachment é "um remédio grave e absolutamente excepcional". Além disso, no sábado (5), durante evento em Belo Horizonte (MG), acusou o vice-presidente Michel Temer (PMDB) de ser o "capitão do golpe" contra Dilma.

'Contar com o PDT'
Um dia após Cunha dar início ao processo de impeachment de Dilma, Lupi disse ao G1 que o presidente da Câmara não tem legitimidade, por ser investigado na Operação Lava Jato, e afirmou que a petista pode "contar com o PDT" – ela foi filiada ao partido antes de se filiar ao PT.

"Isso já uma questão fechada a nível nacional no PDT, há uma decisão que é nacional: nós não vamos aceitar nenhum voto no nosso partido que seja contra a presidenta. Nós não aceitamos o impeachment porque falta legitimidade ao presidente Eduardo Cunha porque ele é investigado na Operação Lava Jato e nós também achamos que ele nem podia estar na Presidência da Câmara", disse Lupi na ocasião.

Nesta semana, o presidente nacional do PDT também falou sobre a carta enviada pelo vice Michel Temer a Dilma na qual apontou 11 motivos para acreditar que ela não confia nele ou no PMDB. Ao G1, Lupi disse que o envio da mensagem lhe pareceu "oportunismo" porque Temer assumirá o Planalto caso Dilma seja destituída do cargo.

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