quarta-feira, 25 de março de 2015

Opinião: 93 anos do PC do B no país, Por Dr. Jenilson Leite


O Partido Comunista do Brasil (PC do B) foi fundando por um grupo de amigos, em 25 de março de 1922, sendo herdeiro e consequência de todas as lutas por justiça e liberdade de que já era rica a história do povo brasileiro. Aderiu às siglas PCdoB em 1962. O PCdoB representou para os trabalhadores um salto gigantesco à frente em sua organização e capacidade de articulação política. Ideias ousadas e avançadas, que viviam em estado germinativo, começam a ganhar nova força e uma voz mais potente. Muitas características do Partido eram repudiadas pela “sociedade” tradicional. Por exemplo, as mulheres, no Partido Comunista, desempenhavam tarefas políticas antes reservadas aos homens, afinal mulheres nem podiam votar. Em 1930, o Partido lança um operário negro, Minervino de Oliveira, como candidato a presidente da República. Mais uma afronta à elite brasileira, majoritariamente rural e de um reacionarismo feroz o que, como vemos hoje, deixou fortes raízes. Minervino e Octavio Brandão (dirigente nacional do Partido) foram os primeiros parlamentares do PCdoB, eleitos para o cargo de intendente (vereador) em 1928 no município do Rio de Janeiro. O Jornal A Classe Operária, órgão oficial do Partido, fundado em 1925, noticiou assim o acontecimento: “Vitória! Vitória! Pela primeira vez na história do Brasil, após 428 anos de luta, os trabalhadores abrem uma brecha nas formidáveis muralhas do legislativo e penetram na cidadela inimiga para iniciar uma política de classe independente”. A nova organização era constantemente perseguida. Seus militantes não raro eram presos, sofriam torturas e muitos foram assassinados sem que, no entanto, o Partido jamais deixasse de funcionar e exercer sua atividade revolucionária. O PCdoB foi então atraindo cada vez mais proletários, estudantes, intelectuais e artistas. No século 20, a partir da década de 30, a maioria dos protagonistas do que havia de melhor na produção artística e intelectual da nação foi militante ou simpatizante do Partido Comunista do Brasil. O país, em todos os momentos de ditadura e de ameaça às liberdades, contou sempre com o PCdoB na vanguarda da resistência democrática. Neste março de 2015, é pedagógico recordar a saga dos comunistas, de braços dados com todos os demais patriotas e democratas, na luta pela criação da Petrobras e pela exigência de que o governo Vargas declarasse guerra aos fascistas, o que ocasionou a formação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou contra os nazistas alemães na Itália. Assim, a comemoração dos 93 anos do PCdoB não é uma festa restrita às fronteiras partidárias. Todos os que amam o Brasil, a democracia e a justiça social, comemoram com os comunistas. Costuma-se dizer que se mede o grau de democracia no Brasil pela existência legal do Partido Comunista. De fato, o Brasil vive sua fase de maior democracia, e não por acaso o Partido também comemora em março deste ano, três décadas de legalidade, o mais longo período de atuação legal da trajetória dos comunistas. No Acre participamos da política nas esferas estaduais e municipais, na Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores e Prefeituras. Não se esquecendo das participações nos movimentos sociais, quais sejam: Sindicato de Trabalhadores Rurais e Urbanos, Estudantes, Associações. São elas trincheiras de lutas do PCdoB. O meu mandato tem profunda ligação com o ideal comunista e revolucionário, saúda o PCdoB e reverencia a memória de todos os homens e mulheres, proletários, estudantes e intelectuais que abnegadamente deram suas vidas para que a bandeira vermelha da foice e do martelo chegasse altiva aos 93 anos de existência. Por tudo isso pode dizer que nos orgulhamos da nossa história.

*Jenilson Leite é médico Infectologista e deputado estadual pelo PCdoB no Acre

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