quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Em epidemia, Cruzeiro do Sul tem mais de 19 mil notificações de dengue

Cidade enfrenta, neste ano, primeira epidemia da doença.
Dados divulgados pela Sesacre foram contabilizados até o final de outubro.

Yuri MarcelDo G1 AC



Até 2014, Cruzeiro do Sul não tinha casos de dengue (Foto: Vanísia Nery/ G1)


Em sua primeira epidemia de dengue, o município de Cruzeiro do Sul já teve mais de 19 mil casos suspeitos registrados desde o começo de 2014 até o final do mês de outubro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4) pela Secretaria de Saúde do Acre.

De acordo com o levantamento, mais de oito mil dos dos 19.099 casos notificados até o dia 25 de outubro, foram confirmados. Outros 1.480 casos foram descartados e 352 foram considerados inconclusivos. Ainda segundo a Sesacre, 8.752 casos ainda estão em andamento.

Segundo o primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), realizado no município, realizado entre 26 e 30 de abril, o Índice de Infestação Predial (IIP) em Cruzeiro do Sul era de 2,84%. Cinco meses depois no final de agosto, esse índice havia saltado para 4,6%, um aumento de 62%.

Ainda de acordo com o levantamento, as caixas d’água são os principais depósitos de larvas do mosquito Aedes Aegipty, transmissor da dengue.

Entenda o caso

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (4), um estudo realizado durante o mês de outubro de 2014 em 1.463 cidades brasileiras. De acordo com o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), 117 municípios do Brasil, incluindo dez capitais, têm risco alto de registrar infestação do mosquito Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya.

Segundo os dados, nessas cidades foram encontrados focos do mosquito em quatro de cada cem casas visitadas.

Com o slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, o ministério lançou uma campanha nesta terça para chamar a atenção sobre a importância da prevenção ao mosquito transmissor das duas doenças.

Foram produzidas peças publicitárias com imagens que mostram os criadouros do Aedes aegypti, como vasos de plantas com água, sacos de lixo, caixas d’água abertos, pneus desprotegidos e garrafas plásticas destampadas. De acordo com a pasta, é preciso destacar que a forma de combate ao foco do mosquito é a mesma para se evitar as duas doenças.

Sintomas

A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.

Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário