sexta-feira, 4 de maio de 2018

Rodrigo Damasceno e o velho discurso da vitimização

A respeito da nota do ex-prefeito Rodrigo Damasceno (PT) publicada neste blog como direito de resposta, após matéria publicada neste espaço de discussão política com o título “qual o limite da ingratidão petista”, vale fazer alguns esclarecimentos. 

A matéria aqui publicada e escrita por mim não tem nada a ver com o meu vínculo com o PCdoB, mas pelo que eu venho acompanhado no cenário político local desde 2012, ano que o ex-prefeito foi eleito. Naquela época, o petista já fazia o discurso de vítima. Quem não lembra quando foi atribuído a então gestora Marilete Vitorino (PSD) o desejo de transferi-lo para Cruzeiro do Sul? Sendo que ela não tinha poder para tal, uma vez que o mesmo não tinha vínculo com o município, e sim com o Estado. Que estava e continua nas mãos do PT. 

Derrotado em 2016, Rodrigo foi nomeado para exercer um cargo de chefia no Hospital, mas não demorou muito para ser exonerado. Como seu contrato era para Feijó, quiseram transferi-lo, o próprio secretário de Estado de Saúde Gemil Júnior não deu bola ao petista, nem os chefes maiores Tião e Carioca- os mesmos que agora querem que seja candidato. Mas uma vez surgiu uma corrente nas redes sociais dizendo que era perseguição. Negativo! Ele foi aprovado para Feijó, nada mais justo que preste seus horários aos munícipes de lá. 

Só que na nota o prefeito disse que os líderes da FPA em Tarauacá, após reunião lhe chamaram de ingrato. Sendo que ele foi abandonado e injustiçado após a eleição. Se teve abandono foi do próprio PT que é quem governa o Estado, na qual ele é servidor. Com relação ao PCdoB, foi o único dos partidos que não o deixou à deriva, nem mesmo após o naufrágio nas urnas. Contudo, a solidariedade comunista tem limite. 

A análise agora se volta diretamente a nota do ex-gestor. Se por ventura alguém que lê não saiba como é maquiavélico as linhas escritas, de longe fica de coração partido de tanta piedade. Imagina o leitor inocente: “pobrezinho quer um mandato para ficar do filho”. No livro “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel, ele ensina as várias formas de chegar ao poder e de governar. Talvez nosso ex-prefeito tenha criado essa nova tese a partir da leitura do cânone livro. 

Rodrigo disse que almeja está perto da família sem perder o vínculo com o seu município. Que no entender das entrelinhas um mandato seria a forma mais viável. Mas ele pode ir morar junto com os filhos e esposa na capital. Basta pedir transferência. Residindo lá, nada o impede de continuar a desenvolver seus trabalhos médicos na cidade, ainda que por período. 

Rodrigo quer solidariedade e respeito, mas não quer ser solidário com os que lhe apoiaram. É como diz Antônio Candido em “O direito a literatura”, o meu direito requer mais pressa que dos demais. 

Apesar de ser uma forma de ingratidão com quem lhe deu apoio, é um direito dele pleitar uma vaga na ALEAC, afinal quem pode votar ,
pode ser votado. Além disso, vivemos em uma democracia. 

Por Leandro Matthaus 

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