terça-feira, 7 de março de 2017

Ex-presidente da Andrade confirma R$ 2,7 mi em propina a Cabral

Rogério Nora de Sá diz que acerto da empreiteira com grupo político do governador aconteceu em reunião no Palácio Guanabara.

Por João Pedroso de Campos, Veja.abril.com


O ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, preso na operação Calicute, faz exame de corpo delito no IML de Curitiba - 10/12/2016 (Vagner Rosário/VEJA.com)

O ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá confirmou ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jatoem Curitiba, que a empreiteira pagou propina ao ex-governador do Rio de JaneiroSérgio Cabral (PMDB), preso no Complexo de Bangu desde novembro. Um dos delatores da Lava Jato, Nora de Sá depôs ao magistrado nesta terça-feira como testemunha de acusação na ação penal em que ele, Cabral e outros cinco acusados são réus, incluindo a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo.

Questionado pelo procurador do Ministério Público Federal Athayde Ribeiro Costa, o ex-executivo da Andrade disse que uma reunião no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, selou o acerto que entregou ao menos 2,7 milhões de reais em dinheiro sujo ao ex-governador e seu grupo político, que chamava propina de “taxa de oxigênio”.


“Houve uma reunião no palácio com o governador e o Wilson Carlos [secretário de Obras], na presença de nosso representante comercial, Alberto Quintaes, e foi dito que o Wilson Carlos coordenaria essa divisão das obras e haveria pagamento de 5% sobre as faturas das obras que as empresas executassem”, relatou Rogério Nora de Sá.

O delator afirmou a Moro que a propina era retirada em dinheiro vivo por Quintaes do caixa dois da empreiteira e entregue a Carlos Miranda, apontado pelas investigações da Lava Jato como um dos operadores financeiros do esquema de corrupção liderado por Sérgio Cabral.

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