Mário Neto foi preso em agosto por suspeita de corrupção eleitoral.Advogado diz que não há impedimento para Neto reassuma cargo.
Adelcimar CarvalhoDo G1 AC
Mário Neto (Foto: Reprodução/Facebook)
Dois meses após ter sido preso por suspeita de corrupção eleitoral e exonerado da chefia de gabinete da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, Mário Vieira Neto foi nomeado para ocupar os cargos de secretário de gabinete do prefeitoVagner Sales (PMDB-AC) e secretário de Administração interino da cidade no interior do Acre. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Acre desta quinta-feira (27).
O G1 procurou Vagner Sales, mas foi informado ele estava em agenda na zona rural do município. De acordo com a assessoria de comunicação, apenas o prefeito poderia se falar sobre a nomeação. Já Tota Filho, advogado de Mário Neto, diz que não existe nada que impeça seu cliente de assumir as funções.
Mário Neto e o ex-presidente do diretório do PSDB em Cruzeiro do Sul, Edson de Paula, foram presos em flagrante no dia 23 de agosto deste ano por suspeita de corrupção ativa. De acordo com a denúncia da Polícia Federal, Neto estaria pagando candidatos a vereador para desistirem da candidatura com o intuito de apoiarem a chapa "Juntos por Cruzeiro", do então candidato Ilderlei Cordeiro (PMDB-AC).
Neto ficou preso por quatro dias e liberado após pagamento de fiança. O caso aguarda julgamento pela Justiça Eleitoral.
"Perante a Justiça Eleitoral existe apenas um inquérito contra meu cliente, onde ele sequer foi indiciado. Houve o fato da prisão e a juíza optou por afastá-lo da prefeitura. O Mário é funcionário público municipal e pode assumir qualquer cargo público”, argumenta o advogado do reempossado chefe de gabinete.
Filho afirma ainda que seu cliente tem pressa em esclarecer o ocorrido. "Ele é a parte mais interessada para que esse processo transcorra logo para ele provar sua inocência. Meu cliente não foi candidato a nada, não foi eleito a cargo nenhum e criminalmente ele não responde nenhum processo que impeça ele de assumir esta função”, finaliza.
Entenda o caso
A coligação "Juntos por Cruzeiro", que elegeu Ilderlei Cordeiro, era apoiada pelo PMDB e pelo atual prefeito da cidade, Vagner Sales. A outra coligação, "Cruzeiro em Boas Mãos", era encabeçada por Henrique Afonso, do PSDB.
As prisões ocorreram após o candidato a vereador Clebisson Freire denunciar que tentaram comprar sua candidatura fazendo com que ele desistisse em troca de R$ 5 mil oferecida pelo prefeito do município.
Freire disse ainda que recebeu proposta de trabalho do então dirigente do PSDB. Para confirmar sua denúncia, o candidato reproduziu um áudio, que teria sido gravado na segunda (22), com mais de uma hora e meia de duração, em que é possível ouvir a articulação.
A ideia da coligação de Ilderlei, segundo o denunciante, era tentar enfraquecer a coligação oposta.
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