quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Desemprego tem a menor taxa para agosto desde 2002, diz IBGE

Em agosto, a taxa de desemprego ficou em 5% no conjunto das seis regiões metropolitanas, a menor para o mês desde março de 2002, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por três meses, a pesquisa foi divulgada de forma incompleta em consequência da greve de servidores, que durou 77 dias. Nesse período, de maio a julho, ficaram de fora as regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre.

Nesta quinta-feira (25), também foram conhecidos os índices de desemprego das pesquisas afetadas pela greve. Em julho, a desocupação ficou em 4,9%; em junho, em 4,8% e, em maio, em 4,9%.

“A taxa está estável desde fevereiro. O único mês, na comparação no mês a mês onde não foi significativa foi na passagem de dezembro para janeiro, que foi sazonal em função da dispensa de trabalhadores temporários, e automaticamente esse contingente retorna a procura em janeiro”, explicou Cimar Azevedo, coordenador de Trabalho e Renda do IBGE.

Entre as regiões analisadas, a do Rio de Janeiro mostrou queda na taxa de desemprego, de 3,6% em julho, para 3%, em agosto - a menor de toda a série histórica. Nas outras regiões, não houve variação. Frente a agosto do ano passado, também foi registrada queda no Rio de Janeiro (de 4,5% para 3,0%). A única região que apresentou aumento na taxa foi Porto Alegre, de 3,4% para 4,8%. Nas outras regiões, o índice ficou estável.

“Se você olhar o que acontece no Rio de Janeiro, teve queda de 15,8%, que são menos 32 mil postos de trabalho. Queda de desocupação que foi distribuída. Parte expressiva dela foi para ocupação (25 mil postos de trabalho gerados) mas isso não é significativo. Saiu da fila da desocupação para ocupação. E outro pedaço menor dela foi para a população não economicamente ativa”, disse Azevedo.

A população desocupada somou 1,2 milhão de pessoas e não mostrou variação na comparação com o mês anterior nem com agosto do ano passado. Já o número de ocupados, que chegou a 23,1 milhões de pessoas, cresceu 0,8% frente a julho, mas não variou em relação ao mesmo período de 2013.

“O que foi gerado [vagas de emprego] não foi suficiente para atender a demanda e reduzir a taxa. Esse movimento não fez a taxa reverter, cair [gerar população ocupada]. Apesar de ter subido a população ocupada em agosto, não foi suficiente para se movimentar [a taxa de desocupação]”, completou.

Salário e carteira assinada
Os dados mais positivos da pesquisa de agosto partiram dos salários. O rendimento médio subiu 1,7% em agosto, diante de julho, ficando em R$ 2.055,50. Frente ao ano passado, o aumento foi ainda maior, de 2,5%.

Na comparação mensal, os salários cresceram no Recife (0,6%); em Salvador (1,2%); em Belo Horizonte (4,2%); no Rio de Janeiro (1,2%); em São Paulo (1,4%) e em Porto Alegre (2,5%). Frente ao mesmo período de 2013, o rendimento subiu no Rio de Janeiro (8,6%), Recife (3,6%) e São Paulo (1,4%), mas caiu em Salvador (-2,4%) e em Belo Horizonte (-0,7%). Nas outras regiões, os resultados não mostraram variação.

O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado somou 11,8 milhões e ficou estável nas comparações mensal e anual.

Na análise dos tipos de atividade de quem está empregado, a pesquisa aponta que, de julho para agosto, o setor de construção cresceu 5,1% e o de serviços domésticos recuou 3,9%. Em relação a agosto de 2013, os serviços domésticos caíram 7,2%.

G1, Anay Cury e Cristiano Cardoso

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