Ministros do TCU relatam que pressão do Planalto tem sido intensa

Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) ouvidos pelo Blog, não ficaram surpresos coma pressão do governo para o tribunal adiar a decisão sobre o bloqueio de bens da presidente da Petrobras, Graça Foster. 

De forma reservada, dois ministros revelaram aoBlog que há duas semanas a ordem no Palácio do Planalto era de adiar de qualquer forma a votação do relatório sobre a compra de Pasadena, mesmo o texto tendo excluído Dilma Rousseff da responsabilidade na transação.

Mais do que isso, o Planalto determinou que alguns ministros do TCU fizessem, em plenário, uma defesa enfática da presidente Dilma e da própria operação. A pressão palaciana causou constrangimento.Coube ao ministro Benjamin Zymler pedir vistas e contestar os valores do prejuízo da Petrobras citados no relatório.

Como revelou o Blog na ocasião, quando outros ministros que votaram o relatório ameaçaram apresentar um voto em separado responsabilizando Dilma, foi que o ministro José Múcio articulou de última hora a retirada do pedido de vista do colega Zymler, que permitiu aprovar imediatamente o relatório.

Gerson Camaroty