sábado, 21 de junho de 2014

Campos se une aos tucanos em São Paulo e ao PT no Rio

O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) entrará na disputa pela Presidência da República sem candidatos próprios em dois dos principais colégios eleitorais do país e aliado aos partidos de seus dois adversários na corrida presidencial.

Em São Paulo, Campos selou ontem uma aliança com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que concorre à reeleição e apoia o senador Aécio Neves (MG) para a Presidência. No Rio, Campos decidiu se aliar ao senador Lindbergh Farias (PT), candidato ao governo fluminense que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

As alianças contrariam o discurso de Campos e sua vice, a ex-senadora Marina Silva, que pregam a renovação na política e se apresentam como alternativa à polarização entre petistas e tucanos.

Campos optou por ficar na órbita das siglas adversárias para garantir exposição nos palanques do Sudeste, onde é pouco conhecido. Mas suas alianças em São Paulo e no Rio desagradaram Marina.

Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, Campos ensaiou uma aliança com o PSDB, que governa o Estado há 12 anos, mas foi obrigado por Marina a abandonar as negociações. O PSB escolheu lançar o deputado federal Júlio Delgado.

Nesta sexta (20), Alckmin confirmou que entregará ao PSB a vaga de vice em sua chapa. No ato que oficializou o acordo, o principal auxiliar do governador, Edson Aparecido (Casa Civil), fez questão de dizer que Alckmin fará campanha para Aécio, "o candidato de seu partido".

Até o último momento, Campos afirmava que não iria ao evento, mas foi convencido pelo deputado Márcio França, o mais cotado para ser o vice do tucano, de que sua presença era essencial.

O presidenciável acabou fazendo uma aparição relâmpago e um discurso de menos de dez minutos, em que não citou Alckmin e minimizou as divergências com Marina. Segundo ele, o PSB saiu "unido" para "vencer as eleições".

Aliados de Aécio temem que o acerto atrapalhe sua campanha em São Paulo ao obrigá-lo a dividir o palanque de Alckmin com o rival do PSB, mas o senador mineiro disse que o acordo é "natural" e não traz prejuízos para ele.

Os esforços de Campos para se viabilizar no Sudeste ajudaram a reaproximá-lo de Aécio. Após semanas sem se falar, os dois discutiram nos últimos dias o cenário em Minas Gerais e no Espírito Santo.

No Rio, um dos principais aliados de Marina, o deputado Miro Teixeira, desistiu de se lançar a governador alegando que Campos não ajudou seu nome a decolar. Isso empurrou o PSB para o palanque de Lindbergh Farias.

Mesmo contrariada, Marina afirmou nesta sexta que Campos é o responsável pelas alianças do PSB nos Estados e evitou criticá-las. "Não há problemas nas escolhas dele", disse, no Amazonas.

Mariano Maciel, diretodoplanalto.com

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