terça-feira, 10 de junho de 2014

Apesar de ala dissidente, PMDB aprova apoio a Dilma nas eleições

Maioria do partido decidiu reeditar chapa que tem Michel Temer como vice. Durante discursos, peemedebistas criticaram postura do PT nos estados.
 
Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

Dilma Rousseff cumprimenta o presidente da Câmara, Henrique Alves, ao lado de Michel Temer e Renan Calheiros durante a convenção do PMDB (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O PMDB decidiu nesta terça-feira (10), em convenção nacional, apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff na eleição de outubro, reeditando a chapa que tem Michel Temer como vice-presidente da República. Foram 398 votos a favor (59,13%), 275 contrários (40,87%) e 64 votos brancos, nulos e ausentes, segundo a assessoria do PMDB.

Na convenção de 2010, a votação registrou 84,85% de votos favoráveis à escolha de Temer como vice de Dilma; na época, parte do partido cogitava lançar candidaturas próprias, alternativa que obteve 15% dos votos.

Ao discursar após a divulgação do resultado, Temer afirmou que "o placar foi ótimo, na medida certa". "Eu até disse que não há vencedores nem perdedores. O que se tem é uma coisa certa, que nós precisamos trabalhar", afirmou.

Dilma, por sua vez, agradeceu ao PMDB pelo apoio e elogiou o vice pela articulação dentro do partido aliado. O papel do Temer nesse processo foi inestimável. Ele articulou consensos em todas as circunstâncias. Eu acredito que ele sabe aproximar as pessoas, ele sabe unir e desarmar os espíritos", disse a presidente.

Ao comentar sobre os votos contrários à aliança com o PT, Temer ponderou que é normal haver divergência em processos de discussão.
Sempre tivemos democraticamente as mais variadas divergências dentro do partido e sempre obtivemos a unidade. A unidade [está] na ação daquele PMDB que quer trazer o maior número de deputados federais para a Câmara, o maior número de senadores e de governadores"
Michel Temer,vice-presidente da República

Temer disse ainda que o PMDB terá uma presença "ativa" em um eventual segundo mandato de Dilma. A falta de participação do partido na tomada de decisão do Executivo é uma das reclamações do setor dissidente da sigla.

"Não seremos apenas aliados, seremos o próprio governo, já que estarei no governo. [...] Temos que continuar reunidos para continuar a fazer o PMDB o maior partido do Brasil", afirmou.

Antes da apuração dos votos, Temer havia dito que, confirmada, a aliança com o PT "abre portas para que um dia o PMDB ocupe todos os espaços políticos desse país para o bem dos brasileiros".
O grupo dissidente alega que o governo Dilma não incluiu o PMDB nas decisões de governo e critica a postura do PT de priorizar candidaturas próprias nos estados, em vez de formar coligações em algumas regiões com candidatos peemedebistas.

Antes apuração dos votos, o presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse perceber que o partido está "mobilizado e entusiasmado para reeditar a chapa Temer-Dilma".

Raupp apresentou as propostas da sigla para um eventual segundo mandato da presidente, entre elas a reforma política, escola integral até a conclusão do ensino médio, utilização de 10% das receitas correntes brutas da união para a saúde e melhoria na infraestrutura logística para escoar mercadorias.
O PMDB mais uma vez conduz a democracia, mas infelizmente o PT no nível regional em diversos estados não tem essa compreensão" Eduardo Paes,prefeito do Rio

Dissidência nos estados

Apesar da maior parte dos discursos na convenção ser em favor da aliança com o PT, várias lideranças do partido não deixaram de expressar críticas ao partido da presidente Dilma Rousseff, sobretudo com relação à postura da sigla nas disputas regionais.

Na última quinta-feira (5), em evento promovido pelo presidente regional do PMDB no Rio de Janeiro, Jorge Picciani, lideranças do partido apoiaram à candidatura de Aécio Neves (PSDB). O candidato tucano, no entanto, não chegou a declarar apoio a Pezão, candidato à reeleição do PMDB para governador do estado.
Estamos aqui para confirmar que estamos juntos e que não serão os percalços regionais que irão atrapalhar essa aliança" Sérgio Cabral,ex-governador do Rio de Janeiro

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou, em discurso, acreditar que os conflitos entre PT e PMDB nos estados não impedirão a parceria no plano nacional.

"A presidenta Dilma, na última ocasião em que estivemos juntos, teve oportunidade de dizer que o Rio de Janeiro é exemplo de aliança entre o PMDB e o PT. Por isso, estamos aqui para confirmar que estamos juntos e que não serão os percalços regionais que irão atrapalhar essa aliança." 

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