sexta-feira, 30 de maio de 2014

Coluna do Nelson Liano Jr- Ac24horas.com. – Família Viana tem antepassados peruanos



MONTAGEM SOBRE CHARGE DE LATUFF

Nesta semana assistimos cenas explicitas de xenofobismos e preconceitos por conta do lançamento da candidatura a vice-governadora da deputada peruana Antônia Sales (PMDB). Manifestações sem sentido levando-se em conta que o Acre tem suas origens históricas no Peru e na Bolívia. O próprio território acreano pertencia aos dois países vizinhos antes da Revolução do começo do século passado. Além disso, muitas famílias possuem misturas com peruanos e bolivianos, sobretudo, aquelas das regiões de fronteiras. Segundo a historiadora Fátima Almeida a bisavó dos irmãos Jorge e Tião Viana (PT) era peruana. Ela levantou a árvore genealógica dos Vianas e constatou o seguinte: “A peruana Hermínia Medina casou-se com o cearense Raimundo Falcão proprietário de seringal no Vale do Acre. A filha deles, Teodolina casou com o português Diamantino Macedo, pais de Silvia Medina Falcão Macedo das Neves, mãe de Jorge e Tião.”

Formação plural de um povo
A constatação da historiadora serve para acabar com preconceitos e ilações sobre Antônia Sales. A coisa é muito simples. Se alguém não quer votar na deputada é um fato normal da democracia. Agora, discriminar por sua origem é uma estupides.

As fronteiras do imaginário
Nos séculos XIX e começo do XX essas fronteiras com o Peru e a Bolívia só existiam no papel. Tudo era um imenso seringal. E as pessoas se movimentavam pela floresta livremente. Portanto, xenofobismo e racismo num estado de fronteira como Acre em pleno século XXI não cabe às pessoas de bom senso.

Sugestão
Da mesma maneira que o governador Tião Viana (PT) fez um evento para homenagear os portugueses deveria realizar outro para mostrar a importância cultural dos peruanos e bolivianos na formação social do Acre.

Recuerdos de la integracion
Uma pena que os processos de integração do Acre com o Peru e a Bolívia não avançaram. Foram gastos milhões e nem uma linha aérea permanente com os dois países existe. Os mercados consumidores dos dois países vizinhos estão mais próximos de Rio Branco que os do Centro-Sul brasileiro.
 

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