O senador Sérgio Petecão (PSD) lamentou o desfecho obtido com a votação da PEC dos soldados da borracha, nesta quarta-feira (2), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O senador disse que esperava a elaboração de uma proposta mais justa por parte do Senado, uma vez que a Câmara dos Deputados aprovou um texto que não contemplou as expectativas dos soldados. “Confesso que acreditei que conseguiríamos apresentar algo mais justo, e lutei por isso. Mas, com a aprovação de hoje, infelizmente os nossos soldados foram derrotados mais uma vez pelo governo”.
Durante a apreciação do projeto, Sérgio Petecão apelou para que o relator Aníbal Diniz não abrisse mão da proposta que beneficiaria os soldados da borracha com o pagamento de pensão mensal vitalícia de R$ 3.789 mil – valor equivalente ao ganho de um primeiro-sargento das Forças Armadas –, mais abono de R$ 25 mil e a vinculação da pensão ao reajuste do salário mínimo.
“Não ceda! Vamos defender a proposta inicial, aquela que percebemos que seria a melhor opção para a classe. Vamos votar a alternativa que chega mais próximo aos interesses dos nossos heróis da borracha”, defendeu Petecão.
No entanto, o governo federal, por intermédio da senadora Gleisi Hoffmann (PT) não acatou a iniciativa, e o parecer aprovado na CCJ – com votos contrários dos senadores
Sérgio Petecão, Ciro Nogueira, Aloysio Nunes Ferreira e Francisco Dornelles – aprovou a pensão de apenas dois salários mínimos e abono.
Após a votação, Sérgio Petecão usou o Plenário para esclarecer o caso: “Deixamos de aprovar um projeto que ia ao encontro dos interesses da maioria dos soldados. Foram 12 anos de intenso debate. Fiquei muito triste porque criamos a expectativa de que iríamos resolver a situação de uma forma mais adequada e digna às demandas dos soldados da borracha, mas isso não aconteceu”.
História
Os soldados da borracha são ex-seringueiros recrutados para servir no Acre na coletar da seringa, durante o período da 2ª Guerra Mundial. Aproximadamente 55 mil trabalhadores, sobretudo da região Nordeste do país, foram recrutados para a denominada 'Batalha da Borracha'.
A promessa, no entanto, era que, após a guerra, eles retornariam para seus estados de origem. A maioria morreu de doenças como a malária e pela situação da vida na selva. Apenas 5.879 ainda estão vivos.
Da assessoria
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