quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Comissão do Senado chega ao Acre na 2ª para verificar situação de haitianos


Uma comissão externa do Senado virá ao Acre na segunda-feira (2), para conferir, in loco, a atual situação dos imigrantes haitianos que têm chegado ao Brasil, pela cidade de Brasiléia, na fronteira do Estado com a Bolívia. O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), ao final da reunião do colegiado realizada nesta quinta-feira (28).

Segundo o senador, 507 imigrantes haitianos encontram-se na cidade de Brasileia (AC) em condições bastante precárias. Eles chegaram ao Acre depois de passar por países vizinhos, como Peru e Equador. Muitos deles vivem em locais que, como definiu o presidente da comissão, parecem “verdadeiros campos de concentração”.

- O Brasil sempre foi um país aberto e receptivo aos demais povos. Contudo, essa nova realidade mostra como é importante que essa questão seja revisitada. Precisamos encarar a realidade de que estados brasileiros, especialmente na Região Norte, não dispõem de estrutura capaz de atender a demandas novas e não planejadas de serviços públicos – disse Ferraço.

Ao apoiar a iniciativa, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou a situação dos imigrantes haitianos “muito importante do ponto de vista humanitário”. Ele observou que os imigrantes deixam o Haiti em busca de melhores oportunidades e devem ser acolhidos com dignidade e respeito. Para Suplicy, o governo brasileiro deve facilitar a obtenção de nova documentação pelos haitianos, para que eles possam ter “oportunidade de se inserir em alguma atividade produtiva, estudar e ter regularizada a situação”.

“Coiotes”

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ressaltou a necessidade de um diálogo direto entre os senadores e os imigrantes provenientes do Haiti. Ela relatou que, durante encontro mantido com haitianos em Manaus, foi revelada a atuação de “coiotes” no processo de imigração.

- Existem indícios muito fortes de tráfico de pessoas. As famílias dos imigrantes são ameaçadas no Haiti, caso os imigrantes não enviem todos os meses determinada quantia – observou Vanessa.

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