quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Marina diz que não quer 'destruir' Dilma nem Aécio

Nesta segunda, ex-senadora disse que retrocesso marca gestão Dilma.
'Não tenho como objetivo de vida ser presidente', disse ela a Jô Soares.

A ex-senadora e fundadora da Rede Marina Silva, em entrevista a Jô Soares (Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo)

A ex-senadora Marina Silva disse nesta terça-feira (15) em entrevista gravada ao Programa do Jô que não quer "destruir" a presidente Dilma Rousseff, mas ajudar a "construir o país". A afirmação foi feita quando ela explicava o significado de um colar com pingente em forma de flecha com três pontas usado e feito por ela mesma. Segundo Marina, o adereço resume a postura que diz adotar a um ano da eleição presidencial de 2014.

"Quando você estende ela [flecha] para outra pessoa, duas pontas estão apontadas para você. O combate não é só com o que está fora, é com o que está dentro. Neste momento ela [flecha] é muito simbólica para mim porque para além dos desafios da política brasileira, do que a gente critica nos outros, é preciso que eu e o Eduardo nos voltemos para aquilo que são os nossos problemas e que nós devemos combater", disse.

"Existem coisas que a gente não consegue controlar nos outros, mas na gente a gente controla. Eu não sei o que meus oponentes vão fazer comigo, vão dizer de mim, mas eu sei o que eu quero fazer. Eu não quero destruir a Dilma, nem o Aécio, nem ninguém. Eu quero ajudar a construir o Brasil", afirmou a Jô Soares, na entrevista que foi ao ar na madrugada desta quarta, após o Jornal da Globo.


Na entrevista, Marina disse também que a "desruptura" no relacionamento com o Legislativo que ela propõe vai ser boa para todo mundo.Nesta segunda (14), em Pernambuco, Marina afirmou que o governo Dilma é marcado pelo "retrocesso", com críticas à área ambiental e à relação com os partidos. Ela também rebateu afirmação de Dilma de que os candidatos à Presidência deveriam "estudar muito" para governar o país, dizendo que "aprender é sempre uma coisa muito boa".

"Não consigo imaginar que a presidente Dilma possa se sentir tranquila em mais quatro anos sendo chantageada dentro do Congresso. O meu movimento e o de Eduardo já criou um grupo que está pressionando a presidente, dizendo que se não tiver mais acenos eles podem sair da base. Eu acho isso um horror. Isso tem que acabar."

Dona de 19,6 millhões de votos nas eleições de 2010, Marina foi questionada pela decisão de apoiar a candidatura de Eduardo Campos para 2014. "Não tenho como objetivo de vida ser presidente da República", afirmou. Segundo ela, após a aliança formalizada no início do mês, a Rede Sustentabilidade e o PSB vivem um "processo de metabolização."

Roney DomingosDo G1, em São Paulo

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