quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Superávit primário bate recorde de R$ 30,25 bi em janeiro

Segundo dados do BC, em 12 meses até janeiro, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 2,46% do PIB

Detalhe da arquitetura do Palácio do Planalto, em Brasília
Detalhe da arquitetura do Palácio do Planalto, em Brasília (Claudio Versani)
O setor público brasileiro registrou superávit primário de 30,251 bilhões de reais em janeiro, recorde histórico, informou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira. O resultado ficou acima do esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana era de saldo positivo de 22,8 bilhões de reais. O resultado é inédito, pois, até hoje, o maior esforço fiscal havia sido registrado em setembro de 2010, quando o superávit havia ficado em 28,15 bilhões de reais.
O superávit recorde do setor público no primeiro mês do ano veio da economia fiscal de 26,088 bilhões de reais do governo central (formado pelo governo federal, BC e Previdência Social) e de 4,212 bilhões de reais dos estados e municípios. O BC informou ainda que as empresas estatais registraram déficit primário de 49 milhões de reais no período.
Em 12 meses até janeiro, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 2,46% do Produto Interno Bruto (PIB). Com isso, o BC informou que houve superávit nominal de 7,602 bilhões de reais no mês passado, enquanto a dívida pública representou 35,2% do PIB. Já as despesas com juros somaram 22,649 bilhões de reais em janeiro. Ou seja, o ressultado de janeiro foi suficiente para saldar todas as despesas com juros, sem que houvesse necessidade de rolagem da dívida.

Com o resultado do mês passado, o governo já conseguiu cumprir 19,4% da meta cheia de primário deste ano, estipulada em 155,9 bilhões de reais. Isso ocorreu devido à arrecadação recorde em janeiro, de 116 bilhões de reais, influenciada pelo maior recolhimento de tributos incidentes sobre o lucro das empresas, principalmente do setor financeiro.
Apesar da performance melhor, o cenário para o ano não é tão positivo por que a atividade econômica ainda caminha a passos lentos. A projeção dos economistas ouvidos pelo BC para o relatório Focus desta semana é de um crescimento do PIB de 3,1% em 2013.  Na semana passada o diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, disse que o único segmento da demanda no Brasil que mostra fragilidade é o investimento. A presidente Dilma Rousseff deu uma ordem interna de que se faça o possível para o PIB crescer 3,5% em 2013.

O próprio governo já indicou que a meta cheia de primário não será alcançada em 2013, e informou que o desconto neste ano pode chegar a 65 bilhões de reais. Na prática, o governo trabalha, até o momento, com possibilidade de abatimento 45 bilhões de reais da meta deste ano, entre investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias.
No ano passado, as contas públicas somente foram fechadas com manobras fiscais. Entre elas, o uso dos recursos do Fundo Soberano e antecipação de dividendos de empresas estatais, e com o desconto de 34,9 bilhões de reais dos investimentos do PAC.
(com agência Reuters)

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