Ribeirinho tem material de pesca apreendido e questiona ação do Ibama

Herculano da Silva Bezerra, 20, morador da comunidade Boca do Môa, em Cruzeiro do Sul, acredita que ter sido discriminado por agentes do IBAMA.

Ele teve sua rede de pesca apreendida durante uma operação conjunta entre IBAMA e Polícia Federal que teriam deixado de aplicar a mesma penalidade a outras pessoas que pescavam  nas mesmas condições.

O ribeirinho mora desde quando nasceu, às margens do rio Juruá de onde sempre viu os pais tirar a alimentação para a família. Seguindo a tradição, Herculano pescava todos os dias para ajudar no sustento dos seis irmãos. No entanto, na sexta-feira ao tentar o primeiro lanço, foi abordado pelos agentes federais que apreenderam a malhadeira, com a qual pretendia capturar mandins em uma piracema.

Segundo ele, os agentes justificaram a apreensão alegando que sua malhadeira teria a linha com apenas 25mm de espessura,  inferior ao mínimo permitido por lei que seria de 30mm. Mas, o que o ribeirinho questiona é o fato de apenas a manga dele ter sido apreendida. “Tinham  muitos lá com a malha do mesmo tamanho e eles não fizeram nada. Levaram só a minha” – disse.

Herculano não tem carteira de pescador, mas afirmou que estava pescando apenas para alimentar os irmãos, pois todos estão sob sua responsabilidade, enquanto seus pais estão fora de casa.

 A representante do escritório do IBAMA, Elvira Messias, explicou que diversas operações estão sendo realizadas no Rio Juruá com o objetivo de coibir a pesca desordenada e negou a informação de que apenas Herculano tivesse sido penalizado por está pescando de forma irregular.

 “Só foram apreendidas dos que ficaram lá. Alguns correram e não foi possível pegar, por isso, desses não foi feita apreensão. Então os primeiros que eles conseguiram pegar realmente eles trouxeram as malhadeiras para o escritório. Nós não autuamos ninguém porque não temos um analista aqui. Mas a apreensão das redes e malhadeiras que estiverem irregular vai continuar sendo feita” –informou Elvira.

Reportagem: Vanísia Nery

Edição: Mazinho Rogério