Anúncio da ex-ministra de deixar partido é esperado para esta tarde.
Aliados deverão criar movimento com lema 'verde e cidadania'.
O vice-presidente do PV, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), confimou ao G1 que a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva vai anunciar oficialmente na tarde desta quinta-feira (7) sua saída do PV e a criação de um movimento, ainda sem nome definitivo, que terá como base o lema "verde e cidadania".
Marina Silva disputou as eleições presidenciais de 2010 pelo PV e ficou emterceiro lugar, com 19,6 milhões de votos, o equivalente a 19,33% dos votos válidos. No segundo turno entre o tucano José Serra e a então candidata Dilma Rousseff (PT), Marina optou por manter uma posição de "independência" e não apoiou oficialmente nenhum dos dois candidatos.
Sirkis afirmou que pedirá licença ao partido, mas estuda por quais meios jurídicos deverá sair, devido à regra de fidelidade partidária. Ele afirmou ainda que o movimento "Verde e Cidadania" poderá se tornar uma nova legenda política a partir de 2013. Em 2014, serão realizadas eleições presidenciais.
"Todos os aliados da Marina também sairão junto com ela. O movimento, com nome definido, será lançado mesmo a partir de setembro. Hoje será apenas o anúncio", disse.
Marina Silva vai falar à imprensa esta tarde num evento na Zona Oeste de São Paulo. Apoiadores da ex-ministra do Meio Ambiente de diferentes partes do Brasil estão presentes.
Crise
Desde o fim de junho, há rumores de que a ex-senadora e um grupo de aliados deixarão o PV devido a divergências internas com a atual presidência do PV.
Desde o fim de junho, há rumores de que a ex-senadora e um grupo de aliados deixarão o PV devido a divergências internas com a atual presidência do PV.
Questionado sobre isso, Sirkis afirmou que os partidos onde há líderes vitalícios já não têm a mesma força. “Nem no Oriente Médio os grandes ditadores têm conseguido isso”, brincou o deputado federal, fazendo analogia às quedas de governantes naquela região, após anos de ditadura.
Alfredo Sirkis ressaltou que o movimento a ser criado não será contra o Partido Verde. “Não é o milionésimo racha. É um transbordamento do que aconteceu em 2010", definiu.
Ele afirmou que, nas eleições municipais de 2012, o movimento poderá apoiar alguns candidatos, mas que ainda não será o momento de criar um novo partido. “Já tivemos pedidos no Congresso de deputados querendo mudar em virtude da postura de Marina Silva”, disse, sem citar nomes.
Maurício Brusadin, que presidia o diretório do PV paulista, oficializou a saída da legenda nesta quarta e avaliou que o PV passa por uma crise de intermediação, assim como outros partidos.
Maurício Brusadin, que presidia o diretório do PV paulista, oficializou a saída da legenda nesta quarta e avaliou que o PV passa por uma crise de intermediação, assim como outros partidos.
Ele citou como exemplos as recentes denúncias sobre o Ministério dos Transportes, a disputa dentro do PR por quem vai ocupar a vaga deixada por Alfredo Nascimento e cobrança por cargos públicos feita ao governo Dilma Rousseff pelo PMDB.
“O PV não é diferente. Não é a toa que essa crise de intermediação está acontecendo. Tentamos de tudo, criamos um movimento de transição democrática, queríamos dialogar, sem atravessadores”, afirmou.
Gabeira
O ex-deputado Fernando Gabeira afirmou que a criação de novo movimento é uma resposta ao "problema de aproximar a sociedade dos grandes temas e da participação política".
O ex-deputado Fernando Gabeira afirmou que a criação de novo movimento é uma resposta ao "problema de aproximar a sociedade dos grandes temas e da participação política".
Gabeira disputou as últimas eleições para o governo do Rio de Janeiro, mas perdeu para Sérgio Cabral (PMDB), que foi reeleito.
Segundo ele, o movimento será criado para responder isso, uma vez que os partidos, na opinião do ex-parlamentar, estão desgastados e distantes da população. “O movimento tem que atuar no governo”.
Gabeira afirmou que o movimento poderá ser agregado por outros partidos ou será necessário criar uma nova legenda. “Acredito que é possível que os partidos sejam capazes de compreender a importância de aderir a um movimento como esse”, disse o ex-deputado federal por transmissão via conferência do Rio de Janeiro.
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