ODE À MARINA
Mário Maia
Do mulateiro tem a mesma cor,
encerras n’alma pura de menina
a beleza das estrelas diamantinas
e, de um céu enluarada, o esplendor.
Sim, ninfa selvagem. Sim Marina,
tu és a selva virgem viridente;
o fruto fecundado e a semente;
a água pura de fonte cristalina.
Anjo encantado e encantamento,
raro exemplar de vida; um destino.
Das novas gerações, um novo hino...
Verbo de fé, fiel ao juramento.
És tu Marina, lutadora altiva;
brava guerreira pela liberdade
do homem do campo e da cidade;
a mais autêntica dessa força viva.
Por isso te tomamos por bandeira;
estandarte de esperança renovada...
Archote clareando a nossa estrada
no pélago, a estrela timoneira...
És para nós o exemplo verdadeiro
de política sem corrupção.
És paradigma dessa geração
que não vende seu voto por dinheiro.
Assim, Marina, na oportunidade
do lançamento de candidaturas,
entre todas aquelas que são puras
teu nome nasce como uma claridade
após um temporal de noite escura.
Marina, permita que a nossa voz,
dos veteranos e da mocidade,
se ajunte à tua, para a liberdade
abrir as suas asas sobre nós...
Rio Branco, 27.06.1990 – Recitado no lançamento da Candidatura de Marina.
MAIA, Mário. Sombras siderais e outras sombras. Sem editora, 1990.
MAIA, Mário. Sombras siderais e outras sombras. Sem editora, 1990.
*
A MÃE DA MATA
Nilson Mourão
Ó Poronga linda
Acende tua luz,
Ilumina a nossa Estrada,
clareia os varadouros
para que a Mãe-da-Mata,
a seringueira,
misteriosa e forte,
continue dando o leite da vida.
Ó lamparina linda,
acende tua luz,
resgata a nossa vida,
renova nossa alegria
de viver na floresta,
com os animais e os rios,
com o sol, a chuva e as estrelas.
Ó lamparina infinita
acende tua luz...
Cruzeiro do Sul – Ac, 23.08.1997
MOURÃO, Nilson. Cantos de Fé e Amor. Rio Branco: Fundação Elias Mansour, 2004.
MOURÃO, Nilson. Cantos de Fé e Amor. Rio Branco: Fundação Elias Mansour, 2004.
*
À MENINA MARINA SILVA
José de Anchieta Batista
Lá vem a menina,
franzina, morena,
selvagem, serena,
Sem medo de nada...
- da onça pintada,
- do mapinguari,-
- dos grandes mistérios
das coisas daqui.
Lá vem a menina
com seus desafios...
nascida no ventre
das terras do norte...
com alma gigante,
guerreira e pacata,
nos traz lá da mata
a seiva mais forte...
Lá vem a menina,
nas curvas do rio,
num barco de sonhos,
audaz, destemida,
remando nas águas
que a vida lhe trouxe,
com seu jeito doce
de ser atrevida.
fonte blog alma acreana
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