A decisão não foi das mais fáceis. Ao ser procurado pela Federação Francesa para assumir a equipe masculina após as Olimpíadas de Tóquio, Bernardinho balançou. Desde a conquista do ouro olímpico no Rio, em 2016, o técnico deixou o comando da seleção brasileira e se manteve dedicado apenas ao time feminino do Rio de Janeiro, hoje Sesc-Flamengo. A vontade de sair da zona de conforto, porém, falou mais alto.
Após o anúncio oficial nesta segunda-feira, Bernardinho confirmou o acerto com a França. Ele seguirá à frente do Sesc-Flamengo, mas terá, também, a missão de levar o time europeu ao ouro nas Olimpíadas de Paris, em 2024.
- Eu nunca havia pensado na possibilidade de sair do Brasil. O desafio, que é algo que sempre me moveu, a vontade de sair dessa zona de conforto, de poder evoluir, crescer, aprender um pouco mais. E retornar, daqui a três anos e pouco, para o meu país, para as cores que eu sempre defendi. Mas, nesse momento, eu penso que é um momento de aprendizado, realmente de evolução, certamente de muito desconforto. Não vai ser fácil encarar o projeto e é o que eu estava sentindo muita falta - afirmou.
Bernardinho à frente da seleção na final das Olimpíadas do Rio — Foto: Reuters
Bernardinho deixou a seleção brasileira logo após o ouro olímpico no Rio de Janeiro. Na época, quis se dedicar mais à família e ao projeto no Rio de Janeiro. Agora, espera fazer com que a França seja um rival à altura na briga por um ouro olímpico em Paris.
- Deixei a seleção em 2016, porque era a hora realmente de outras pessoas assumirem. E o novo treinador, o Renan (Dal Zotto) assumiu com brilhantismo, vem conduzindo um trabalho fantástico. Nós temos os melhores treinadores. O Brasil vai continuar brilhando. E eu espero que a França em 2024 seja um bom adversário.
No acordo com a França, Bernardinho deixou sua permanência à frente do Sesc-Flamengo acertada. Assim, vai se dividir entre Rio e Paris pelos próximos anos.
- Vou passar alguns meses na França, muitos meses aqui no Brasil. Essa é a minha terra, esse é o meu país, a minha família vai estar sempre aqui.
Um dos mais vitoriosos técnicos do país, Bernardinho vai comandar pela primeira vez uma seleção estrangeira. O treinador chegou ao time masculino do Brasil em 2001, às vésperas da Liga Mundial daquele ano – da qual sairia campeão. Estreou no dia 4 de maio, contra a Noruega, em amistoso disputado em Portugal, como parte da preparação para o torneio. Em 15 anos, somou mais de 30 conquistas à frente da equipe. Foram dois ouros olímpicos (2004 e 2016), duas pratas (2008 e 2012) e três títulos mundiais (2002, 2006 e 2010), além de oito Ligas Mundiais. Antes, com a seleção feminina, conquistou dois bronzes olímpicos, nos Jogos de Atlanta, em 1996, e de Sydney, em 2000. Foram seis medalhas olímpicas em sequência.
Por GE
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