domingo, 4 de maio de 2014

Campos tenta marcar diferenças em relação a rival Aécio

No Rio de Janeiro, ex-governador de Pernambuco disse ter projetos distintos do tucano, que havia dito que ele e Campos estarão 'juntos' no ano que vem.

"Oferecemos caminhos diferentes", disse Eduardo Campos sobre Aécio Neves (Dida Sampaio/AE)

Campos disse acreditar que as forças ligadas ao atual governo farão "terrorismo eleitoral" com a propagação de informações falsas

Unidos (nas críticas ao governo Dilma), mas separados (na condução de suas próprias campanhas). Dois dias depois de o senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, ter afirmado que ele e Eduardo Campos estariam "juntos" em 2015, o ex-governador de Pernambuco, que é pré-candidato pelo PSB, procurou marcar as diferenças entre eles, os principais nomes da oposição na eleição presidencial deste ano. Campos, no entanto, foi bastante diplomático e respeitoso, dando pistas de que, pelo menos no início da campanha, o alvo de ambos será a presidente Dilma Rousseff.

"Temos projetos distintos, com bases política e social distintas. Isso não impede que tenhamos a capacidade de ver o que nos une. Mas oferecemos caminhos diferentes”, disse Campos durante o encerramento de um seminário sobre educação do Partido Pátria Livre (PPL), que o apoia na disputa presidencial, neste domingo, no Rio de Janeiro.

“Eu assumi o compromisso de não retirar nenhum direito do trabalhador, considero a idade penal cláusula pétrea da Constituição Federal. Quem disser que vai mudar, está desconhecendo da decisão da Suprema Corte do País”, afirmou. Enquanto Aécio defende o projeto de lei que reduz a maioridade penal para 16 anos nos casos de crimes hediondos, o ex-governador de Pernambuco é contrário à proposta. A estratégia de Campos parece indicar uma tentativa de evitar ficar à sombra de Aécio, que aparece em segundo lugar em todas as sondagens eleitorais mais recentes, ainda que mantenha uma postura respeitosa em relação ao oponente, evitando atritos. 

Em discurso para os integrantes da Juventude Pátria Livre (JPL), Campos também disse acreditar que as forças ligadas ao atual governo farão "terrorismo eleitoral" com a propagação de informações falsas — como, por exemplo, a de que um novo presidente acabaria com o programa Bolsa Família. O pré-candidato do PSB disse que é preciso reagir aos boatos. Campos defendeu ainda uma fórmula fixa para reajuste dos combustíveis e criticou o governo por segurar o aumento da gasolina para evitar a alta da inflação.

Economia — Também durante o seminário do PPL, Campos fez críticas ao ministro da Fazenda Guido Mantega, que disse ao jornal O Globo que o governo estuda novos aumentos de imposto sobre bens de consumo, assim como aconteceu com as bebidas. Segundo o pré-candidato do PSB, tudo que o Brasil não precisa neste instante é aumentar tributo.

"Mantega fala em flexibilização de regras do trabalho. Sempre deixei muito claro que nós não vamos melhorar o Brasil retirando direitos dos trabalhadores. Precisamos melhorar o Brasil botando o país para crescer, contendo a inflação, fazendo distribuição de renda, melhorando a educação", disse.

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