quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

AC: Globo é condenada por omitir nome de ex-padre em minissérie

                                                         Ex-padre Gilson Pescador

A Rede Globo foi condenada pela Justiça do Acre ao pagamento de indenização por danos morais em decorrência de “ofensa ao direito de personalidade” contra o ex-padre Gilson Pescador, cujo nome foi omitido na minissérie “Amazônia – de Galvez a Chico Mendes”, de autoria da novelista acreana Glória Perez.

De acordo com decisão do juiz da 1ª Vara Cível de Rio Branco (AC), Laudivon Nogueira, a emissora deverá pagar ao ex-padre, atualmente advogado, a quantia de R$ 80 mil. O juiz negou o pedido de realização de alterações no DVD da minissérie, colocado à venda pela Rede Globo, para fazer constar o nome correto de Gilson Pescador, retratado como o personagem “padre Cláudio”.

Tanto o autor quanto a empresa ainda podem recorrer da sentença, considerada inovadora porque em processos dessa natureza se questiona na Justiça o uso indevido de imagem. Mas o juiz considerou o dano ao patrimônio moral do autor da ação, ou seja, mesmo não sendo utilizada na minissérie a sua imagem, houve apropriação de sua história (identidade).

Quando era vigário de Xapuri, no final dos anos 1980, Gilson Pescador protagonizou ao lado de Chico Mendes a luta agrária em defesa dos direitos dos seringueiros e pequenos agricultores da região. Posteriormente, após deixar a Igreja e casar, continuou atuando como membro de uma organização não governamental de apoio à luta pela conservação do meio ambiente.

Ao assistir à “Amazônia – de Galvez a Chico Mendes”, Pescador reconheceu-se retratado como o personagem “padre Cláudio”, que desempenha papel semelhante ao seu, inclusive, em momentos decisivos da trama, como na decisão pública de desistir do sacerdócio ao saber que seria transferido de volta para Santa Catarina, sua terra natal.

O autor também se viu retratado em outras cenas, como a da morte do líder sindical Ivair Higino e do histórico “empate” realizado no Seringal Cachoeira em abril de 1988.

De acordo com o autor, desde que sua trajetória pessoal ao lado de Chico Mendes foi retratada de maneira indevida, com a troca de seu nome, passou a ser alvo de constantes questionamentos sobre a veracidade de fatos importantes e marcantes de sua trajetória pessoal, que teria sido ferida e abalada pela Rede Globo.

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