domingo, 18 de fevereiro de 2018

Peixe fêmea da Amazônia se reproduz sem sexo e desafia teoria de extinção da espécie

O pequeno peixe da Amazônia se reproduz de forma assexuada e desafia teoria de extinção da espécie (Foto: Reuters)

A teoria da evolução sugere que as espécies que se reproduzem de forma assexuada tendem a desaparecer rapidamente, uma vez que seu genoma acumula mutações mortais ao longo do tempo.

Mas um estudo sobre um peixe amazônico lançou dúvidas sobre a velocidade desse declínio.

Apesar de milhares de anos de reprodução assexuada, o genoma das molinésias da Amazônia é notavelmente estável ​​e a espécie sobreviveu.

Os detalhes do trabalho foram publicados na revista "Nature Ecology and Evolution".

Há dois caminhos fundamentais pelos quais espécies se reproduzem – a forma sexuada e a assexuada.

A reprodução sexuada depende de células especiais reprodutivas masculinas e femininas, como os óvulos e os espermatozóides, juntando-se durante o processo de fertilização.

Cada célula sexual contém metade do número de cromossomos das células parentais normais. Depois da fertilização, quando o óvulo e o espermatozóide se fundem, o número normal do cromossomo celular é reintegrado.

A reprodução assexuada é diferente.

Uma vida nasce do celibato
Em vez de criar uma nova geração misturando medidas iguais de DNA das mães e dos pais, a reprodução assexuada dispensa o macho e, em vez disso, cria novos descendentes contendo uma cópia exata do genoma da mãe – uma clonagem materna natural.
Essa é uma maneira incrivelmente eficiente de criar uma nova vida. Ao não desperdiçar material genético na criação de machos, todos os descendentes nascidos a partir da reprodução assexuada podem continuar se reproduzindo.

Mas há um ponto negativo. Como os descendentes são fac-símiles genéticos da mãe, eles apresentam uma variabilidade limitada.

E a variabilidade genética pode proporcionar uma grande vantagem. É justamente o que permite que as populações respondam e superem as mudanças no meio ambiente e outras pressões seletivas, ao permitir a sobrevivência dos mais adaptados.

A reprodução sexuada proporciona um grande espaço para gerar essa variabilidade genética, quando os pedaços de cromossomos individuais se recombinam assim que os óvulos e os espermatozóides se fundem e formam combinações únicas de cromossomos.

Outra vantagem da reprodução sexuada é que as mutações nocivas, que se acumulam naturalmente ao longo do tempo, são diluídas e seus efeitos anulados durante essa mistura genética.

Já os organismos que dependem da reprodução assexuada são propensos a perder essas vantagens.

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