sábado, 25 de julho de 2015

Mais Plutão!

Eu sei que esse assunto de Plutão já está enchendo muita gente. Parece que não acontece mais nada no universo. Claro que isso não é verdade e, gente, não dá para deixar a missão da New Horizons de lado. Imagine que, há 3 meses, o que sabíamos de Plutão e Caronte estava resumido àquela imagem borrada do Hubble. Noventa dias depois estamos vendo e falando de rios de nitrogênio, montanhas de gelo e neblina em Plutão!

Pois é, esses são alguns dos resultados divulgados na coletiva de hoje com a equipe da missão. Agora estamos vendo as mesmas fotos de antes, mas em alta resolução e com resolução melhor, temos ciência para discutir!

Mais pixels=mais crateras. Olha só esse panorama global de Plutão! Nas imagens de baixa resolução não víamos tantos detalhes do terreno, agora podemos ver várias crateras e, mais ainda, crateras que foram inundadas por gelo!


Essa imagem mostra a região do coração de Plutão e destaca a movimentação do nitrogênio congelado na planície Sputnik, afinal, parece mesmo que Plutão tem uma geologia ativa. Na verdade eu diria uma ‘gelo-logia’ ativa. Como assim?


Mesmo a -235 graus Celsius, o gelo de nitrogênio não é tão rígido como o gelo de água. Ele deve ter uma consistência quase de uma raspadinha, de acordo com o pessoal da New Horizons. Mas o peso das camadas superiores, exercendo pressão sobre as camadas inferiores, ou ainda aquele processo geotérmico não esclarecido faz derreter e formar um manto de nitrogênio líquido por sobre o qual o gelo pode fluir. E isso faz esses padrões congelados que a New Horizons está nos mostrando agora.

Mais novidades
Essa imagem teve as cores exageradas para destacar os diferentes terrenos. Sobre o coração de Plutão, na parte esquerda que é mais rosada, foram encontrados três tipos de gelos: metano, nitrogênio e dióxido de carbono. Ela mostra também que os terrenos parecem se alterar seguindo as latitudes de Plutão, ou seja, partindo o seu polo e seguindo para o Sul. Aliás, finalmente temos a medida exata da inclinação do seu eixo de rotação: 120 graus. Em outras palavras, o polo norte de Plutão aponta 30 graus ao sul da eclíptica, que pode ser imaginada como a horizontal das órbitas dos planetas!


Para finalizar, essa imagem de Plutão obtida depois da máxima aproximação, naquele instante em que houve um alinhamento entre sonda, Plutão e Sol. Na prática, o instante em que Plutão eclipsou o Sol para a New Horizons. Essa estratégia foi usada para estudar a atmosfera de Plutão usando-se a luz do Sol. Os resultados iniciais apontam que a pressão é muito mais baixa que o esperado, neva nitrogênio e existe neblina!


Ainda tem muito para ser transmitido para a Terra, portanto, Plutão ainda vai aparecer muito por aqui. Mas essa última imagem tem um quê de despedida. Ela meio que diz: a viagem terminou. Apesar da New Horizons ter obtido mais dados logo após essa imagem (na verdade ela ainda está tomando dados de Plutão e seu sistema), ela é o marco de que a sonda cruzou o seu destino e está agora numa das regiões mais remotas do Sistema Solar.

Saiba mais:

Nenhum comentário:

Postar um comentário